segunda-feira, 17 de maio de 2010

Brechó de sentimentos

Fui ao brechó
Tentar negociar
Antigas dores
Não tinham nódoas
Não estavam puídas
Tinham somente
Laivos de sentimentos
Lembranças
Não tão carcomidas por Cronos
Impossível a negociação
Com minhas dores
Ninguém faz negócio
O que compram
O que vendem
São os prazeres passageiros
Uma alegria volátil
Uma ou no máximo duas lágrimas
Para uma necessidade de convencimento
O dono do brechó não faz exceções
Sabe o que compra
Pois sabe o que vende
Dores todos temos
As vossas
As nossas
Não se vende segunda pele
De gente só se vende roupa
Mercadoria vulgar essa dor
Cada qual sabe onde guardar
Do analgésico para amenizar
Do gole para esquecer
Da alegria para transmutar
Do amor para corromper

Nenhum comentário:

Postar um comentário