PROJETO TRAJETO
Hoje é segunda feira início meu dia de trabalho, penso no dia que passou...
E no encantamento que senti na noite que findou.
Assisti a um espetáculo de dança contemporânea e voltei ao passado de minha trajetória como ser humano: senti-me criança na plenitude em ser livre e meu corpo acompanhou essa jornada!
Ah! Meu corpo, um instrumento bruto e desajeitado, resistindo...
Resistindo à sua própria natureza: não se entrega ao movimento, ao espaço, aos sentimentos que lhe causam arrepio...
Sê ao menos um potro desajeitado fosse, sairia por aí a galopes como quando era criança.
Meu cérebro, o enfeitiçou com a racionalidade que me domina, prendeu as amarras da espontaneidade, do desajeitar-se para se recompor na cadência no desejo de se soltar.
Preciso botar a natureza selvagem nesse corpo adormecido, acordá-lo para o movimento da vida que pulsa no mundo, aqui fora.
Ir alem dos movimentos peristálticos que pulsam internamente e da batucada do coração, da circulação sanguínea ouvida, quando meu corpo estremece e esfria, sentindo uma morte anunciada.
E na minha contemporaneidade sinto o desejo de abraçar, bailar...
Ser receptiva ao abraço do mundo.
Ser parceira de meu parceiro na dança.
Não me resguardar da vida.
Permitir que meu corpo materialize os desejos de minha alma.
Óh cérebro, óh racionalidade que não permitiram sucumbir me fortalecendo quando quis fraquejar!
Agora é necessário que o corpo lhes seja parceiro e compartilhe o comando.
Para que a carne e o verbo se acolham, como parceiros de minha vida inteira.
Outono, 26 de Março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
Sobre o filme "Precisamos conversar sobre Kevin"
Precisamos entender Aquela Mãe, Aquele Filho!
Assistir ao filme “Precisamos conversar sobre Kevin” nos remete ao ir e vir de nossa humanidade mais tênue e precária e também nossa salvação .
Penso nisso quando o filme aborda a natureza complexa da relação entre aquele filho desafiador e aquela mãe que tentava ser mãe.
O amor estava entre eles embrutecido, presente em seu avesso.
A caminhada dolorida percorrida por aquele filho e aquela mãe deixa rastro de um vermelho, sangue presente em todas as passagens como a deflagrar a vida que pulsa “hemorragicamente” e sua perda trágica que se esvai com a morte arquitetada.
Embora o título do filme demonstre a necessidade de conversar, há pouquíssimo diálogo, o filme é permeado por ações. Essas ações desprovidas de diálogo nos remetem a natureza humana mais
Primitiva.
Sem o uso da linguagem, da comunicação civilizatória fica-se a mercê do instinto mais selvagem, então a linha tênue entre nossa natureza hostil e nossa civilização se rompe e a agressividade não pondera.
Aquele Filho sentia-se desamado!
Aquela Mãe que achava que não amava!
Ato ensandecido cometido reata-se a relação filial e maternal, ainda que sem afeto.
Retornam a uma relação umbilical e se preparam para um renascimento de suas identidades quando Aquela Mãe pergunta...
E Aquele Filho ao responder não ter certeza do por que do ato cometido pressagia sua Humanidade.
E o filme acaba! E a vida continua...
Assistir ao filme “Precisamos conversar sobre Kevin” nos remete ao ir e vir de nossa humanidade mais tênue e precária e também nossa salvação .
Penso nisso quando o filme aborda a natureza complexa da relação entre aquele filho desafiador e aquela mãe que tentava ser mãe.
O amor estava entre eles embrutecido, presente em seu avesso.
A caminhada dolorida percorrida por aquele filho e aquela mãe deixa rastro de um vermelho, sangue presente em todas as passagens como a deflagrar a vida que pulsa “hemorragicamente” e sua perda trágica que se esvai com a morte arquitetada.
Embora o título do filme demonstre a necessidade de conversar, há pouquíssimo diálogo, o filme é permeado por ações. Essas ações desprovidas de diálogo nos remetem a natureza humana mais
Primitiva.
Sem o uso da linguagem, da comunicação civilizatória fica-se a mercê do instinto mais selvagem, então a linha tênue entre nossa natureza hostil e nossa civilização se rompe e a agressividade não pondera.
Aquele Filho sentia-se desamado!
Aquela Mãe que achava que não amava!
Ato ensandecido cometido reata-se a relação filial e maternal, ainda que sem afeto.
Retornam a uma relação umbilical e se preparam para um renascimento de suas identidades quando Aquela Mãe pergunta...
E Aquele Filho ao responder não ter certeza do por que do ato cometido pressagia sua Humanidade.
E o filme acaba! E a vida continua...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O sentido de Autopreservação
Quando internalizo o sentido de auto preservação, instantaneamente sinto
uma amorosidade brotar por mim mesma e me espanto com esse sentimento
que revela uma autonomia saudável perante a vida e as pessoas que sinto afeto.
A possibilidade de me sentir responsável por mim mesma, aceitar a solidão salutar
que me faz deparar com meus fantasmas criados , nascidos ás escondidas em minha sombra.
Reconhecer que minha carência se manifesta através de escolhas devastadoras que alimenta parte do meu EU negativo e que destrói e mina toda força do meu ser.
Então me pergunto: Onde está minha integridade? Porque esfacelei meu ser, a tal ponto que não consigo afirmar minha identidade e deixo me corromper pela carência, pela necessidade devastadora do outro.
Enquanto escrevo este parágrafo acima nasce uma revolta e sinto a necessidade de recuperar este tempo perdido, manifestando agressividade.
Essa agressividade manifesta é investida de uma força que até me assusto com ela!
E sinto que se ela vir á tona canalizada positivamente pode me redimir de minha passividade frente à vida e posso começar a dizer “os nãos” que precisam ser ditos.
Já disse tantos Sins á tantas situações e pessoas que me fazem e fizeram mal, que me faço credora de mim mesma por não saber me defender. Ando a beijar boca de Fera que minha necessidade mascara como se Bela fosse, e o resultado só pode me causar sofrimento e reafirmação que não mereço o bom da vida, pois não reconheço as armadilhas da minha natureza hostil à minha própria integridade.
Quando me deparei com a imagem desgrenhada de minha sombra sarcasticamente sorrindo para mim, virei o rosto e quis dormir para desfazer aquela imagem.
Hoje pela manhã pensei sobre o sentido de auto-preservação, ficando abatida, por não conseguir elaborar pensamentos e sentimentos á respeito.
Como é difícil colocar isso no corpo e na alma parece que nem reserva eu tenho para usá-la em emergência.
O resultado é uma devastadora sensação de inadaptação à vida!
16/08/2011
uma amorosidade brotar por mim mesma e me espanto com esse sentimento
que revela uma autonomia saudável perante a vida e as pessoas que sinto afeto.
A possibilidade de me sentir responsável por mim mesma, aceitar a solidão salutar
que me faz deparar com meus fantasmas criados , nascidos ás escondidas em minha sombra.
Reconhecer que minha carência se manifesta através de escolhas devastadoras que alimenta parte do meu EU negativo e que destrói e mina toda força do meu ser.
Então me pergunto: Onde está minha integridade? Porque esfacelei meu ser, a tal ponto que não consigo afirmar minha identidade e deixo me corromper pela carência, pela necessidade devastadora do outro.
Enquanto escrevo este parágrafo acima nasce uma revolta e sinto a necessidade de recuperar este tempo perdido, manifestando agressividade.
Essa agressividade manifesta é investida de uma força que até me assusto com ela!
E sinto que se ela vir á tona canalizada positivamente pode me redimir de minha passividade frente à vida e posso começar a dizer “os nãos” que precisam ser ditos.
Já disse tantos Sins á tantas situações e pessoas que me fazem e fizeram mal, que me faço credora de mim mesma por não saber me defender. Ando a beijar boca de Fera que minha necessidade mascara como se Bela fosse, e o resultado só pode me causar sofrimento e reafirmação que não mereço o bom da vida, pois não reconheço as armadilhas da minha natureza hostil à minha própria integridade.
Quando me deparei com a imagem desgrenhada de minha sombra sarcasticamente sorrindo para mim, virei o rosto e quis dormir para desfazer aquela imagem.
Hoje pela manhã pensei sobre o sentido de auto-preservação, ficando abatida, por não conseguir elaborar pensamentos e sentimentos á respeito.
Como é difícil colocar isso no corpo e na alma parece que nem reserva eu tenho para usá-la em emergência.
O resultado é uma devastadora sensação de inadaptação à vida!
16/08/2011
Sentidos
sentiu os sentidos absorvidos
pelo inefável sentimento de gratidão
pela vida
agraciada ficou por aquele encontro,
impar e eclipsante
a sensação de almas se encontrando
o frescor de natureza casta
e o fervor de sensações tórridas
não havia barreiras
o que havia ?
a natureza á espera da eclosão
o caos recriando-se em harmonia
as palavras ora retorciam-se
ora brincavam,
para culminarem em pensamento
a cessação do tempo
que corria feito ano-luz
então o que posso sentir?
uma bondade infinita
uma boa vontade para com a vida
a generosidade que me esperava á tanto tempo !
pelo inefável sentimento de gratidão
pela vida
agraciada ficou por aquele encontro,
impar e eclipsante
a sensação de almas se encontrando
o frescor de natureza casta
e o fervor de sensações tórridas
não havia barreiras
o que havia ?
a natureza á espera da eclosão
o caos recriando-se em harmonia
as palavras ora retorciam-se
ora brincavam,
para culminarem em pensamento
a cessação do tempo
que corria feito ano-luz
então o que posso sentir?
uma bondade infinita
uma boa vontade para com a vida
a generosidade que me esperava á tanto tempo !
Reflexões
E as reflexões me nascem: não de um raciocínio lógico.
Nascem sim, prontas,
e borbulham violentamente para fora de mim,
como lavas de um vulcão.
Ao desfrutar-se da lembrança do prazer sentido,
do reconhecimento do que quero
e com quem quero ,
refaço o trajeto de seu discurso e explodo de indignação.
Penso na precariedade nossa de cada dia
para poder medir meu estado frente a mim mesmo
e frente ao mundo
desenvolvendo uma escala que vai do infantil, imaturo e maduro
e me meço com minha régua .
Penso e olho de soslaio, como transfiro minha responsabilidade
(sendo irresponsável)
para não fazer escolhas que depreendem
assunção do meu querer e de minha opção
e na perda que isso acarreta !
Nascem sim, prontas,
e borbulham violentamente para fora de mim,
como lavas de um vulcão.
Ao desfrutar-se da lembrança do prazer sentido,
do reconhecimento do que quero
e com quem quero ,
refaço o trajeto de seu discurso e explodo de indignação.
Penso na precariedade nossa de cada dia
para poder medir meu estado frente a mim mesmo
e frente ao mundo
desenvolvendo uma escala que vai do infantil, imaturo e maduro
e me meço com minha régua .
Penso e olho de soslaio, como transfiro minha responsabilidade
(sendo irresponsável)
para não fazer escolhas que depreendem
assunção do meu querer e de minha opção
e na perda que isso acarreta !
PALAVRA
A palavra mal dita não expressou
a verdade que sucumbida pelo desafeto alheio,
transfigurou-se em penitência,
estabelecendo assim o sadomasoquismo
que se interpõe as relações, mas raras.
Ó meu amor!
Lamento não verbalizar á ti essa expressão,
tenho medo de me declarar,
penso que expressar-me assim seja inoportuno,
minhas ou suas ou mesmo nossas
há as barreiras,
Muralhas da China
talvez !
Noite
Em meio á noite
não foram sonhos
que me despertaram
foram sim
tuas palavras
que me fizeram acordar
A sonoridade de tua voz
eclodia
o prazer em estado de vigília
A cor da noite
espessa não revelava mistérios ,
insinuava-se
como o perfume de uma dama da noite
nas altas horas da madrugada
umedecida
pelo orvalho que escorria
da fresta
daquela janela
Jurei beijar
teu idílio
teso , promiscuo,
pagão
sem nome
para ti recitarei
poemas sub-linguais
espargidos
de uma caverna
Ruptura da linguagem sólida
matéria desfeita em sussurros
gemidos e uivos
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