segunda-feira, 26 de março de 2012

PROJETO TRAJETO


Hoje é segunda feira início meu dia de trabalho, penso no dia que passou...

E no encantamento que senti na noite que findou.

Assisti a um espetáculo de dança contemporânea e voltei ao passado de minha trajetória como ser humano: senti-me criança na plenitude em ser livre e meu corpo acompanhou essa jornada!

Ah! Meu corpo, um instrumento bruto e desajeitado, resistindo...

Resistindo à sua própria natureza: não se entrega ao movimento, ao espaço, aos sentimentos que lhe causam arrepio...

Sê ao menos um potro desajeitado fosse, sairia por aí a galopes como quando era criança.

Meu cérebro, o enfeitiçou com a racionalidade que me domina, prendeu as amarras da espontaneidade, do desajeitar-se para se recompor na cadência no desejo de se soltar.

Preciso botar a natureza selvagem nesse corpo adormecido, acordá-lo para o movimento da vida que pulsa no mundo, aqui fora.

Ir alem dos movimentos peristálticos que pulsam internamente e da batucada do coração, da circulação sanguínea ouvida, quando meu corpo estremece e esfria, sentindo uma morte anunciada.

E na minha contemporaneidade sinto o desejo de abraçar, bailar...

Ser receptiva ao abraço do mundo.

Ser parceira de meu parceiro na dança.

Não me resguardar da vida.

Permitir que meu corpo materialize os desejos de minha alma.

Óh cérebro, óh racionalidade que não permitiram sucumbir me fortalecendo quando quis fraquejar!

Agora é necessário que o corpo lhes seja parceiro e compartilhe o comando.

Para que a carne e o verbo se acolham, como parceiros de minha vida inteira.




Outono, 26 de Março de 2012

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