quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Noite


Em meio á noite
não foram sonhos
que me despertaram
foram sim
tuas palavras
que me fizeram acordar
A sonoridade de tua voz
eclodia
o prazer em estado de vigília
A cor da noite
espessa não revelava mistérios ,
insinuava-se
como o perfume de uma dama da noite
nas altas horas da madrugada
umedecida
pelo orvalho que escorria
da fresta
daquela janela
Jurei beijar
teu idílio
teso , promiscuo,
pagão
sem nome
para ti recitarei
poemas sub-linguais
espargidos
de uma caverna
Ruptura da linguagem sólida
matéria desfeita em sussurros
gemidos e uivos


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