Quando internalizo o sentido de auto preservação, instantaneamente sinto
uma amorosidade brotar por mim mesma e me espanto com esse sentimento
que revela uma autonomia saudável perante a vida e as pessoas que sinto afeto.
A possibilidade de me sentir responsável por mim mesma, aceitar a solidão salutar
que me faz deparar com meus fantasmas criados , nascidos ás escondidas em minha sombra.
Reconhecer que minha carência se manifesta através de escolhas devastadoras que alimenta parte do meu EU negativo e que destrói e mina toda força do meu ser.
Então me pergunto: Onde está minha integridade? Porque esfacelei meu ser, a tal ponto que não consigo afirmar minha identidade e deixo me corromper pela carência, pela necessidade devastadora do outro.
Enquanto escrevo este parágrafo acima nasce uma revolta e sinto a necessidade de recuperar este tempo perdido, manifestando agressividade.
Essa agressividade manifesta é investida de uma força que até me assusto com ela!
E sinto que se ela vir á tona canalizada positivamente pode me redimir de minha passividade frente à vida e posso começar a dizer “os nãos” que precisam ser ditos.
Já disse tantos Sins á tantas situações e pessoas que me fazem e fizeram mal, que me faço credora de mim mesma por não saber me defender. Ando a beijar boca de Fera que minha necessidade mascara como se Bela fosse, e o resultado só pode me causar sofrimento e reafirmação que não mereço o bom da vida, pois não reconheço as armadilhas da minha natureza hostil à minha própria integridade.
Quando me deparei com a imagem desgrenhada de minha sombra sarcasticamente sorrindo para mim, virei o rosto e quis dormir para desfazer aquela imagem.
Hoje pela manhã pensei sobre o sentido de auto-preservação, ficando abatida, por não conseguir elaborar pensamentos e sentimentos á respeito.
Como é difícil colocar isso no corpo e na alma parece que nem reserva eu tenho para usá-la em emergência.
O resultado é uma devastadora sensação de inadaptação à vida!
16/08/2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Sentidos
sentiu os sentidos absorvidos
pelo inefável sentimento de gratidão
pela vida
agraciada ficou por aquele encontro,
impar e eclipsante
a sensação de almas se encontrando
o frescor de natureza casta
e o fervor de sensações tórridas
não havia barreiras
o que havia ?
a natureza á espera da eclosão
o caos recriando-se em harmonia
as palavras ora retorciam-se
ora brincavam,
para culminarem em pensamento
a cessação do tempo
que corria feito ano-luz
então o que posso sentir?
uma bondade infinita
uma boa vontade para com a vida
a generosidade que me esperava á tanto tempo !
pelo inefável sentimento de gratidão
pela vida
agraciada ficou por aquele encontro,
impar e eclipsante
a sensação de almas se encontrando
o frescor de natureza casta
e o fervor de sensações tórridas
não havia barreiras
o que havia ?
a natureza á espera da eclosão
o caos recriando-se em harmonia
as palavras ora retorciam-se
ora brincavam,
para culminarem em pensamento
a cessação do tempo
que corria feito ano-luz
então o que posso sentir?
uma bondade infinita
uma boa vontade para com a vida
a generosidade que me esperava á tanto tempo !
Reflexões
E as reflexões me nascem: não de um raciocínio lógico.
Nascem sim, prontas,
e borbulham violentamente para fora de mim,
como lavas de um vulcão.
Ao desfrutar-se da lembrança do prazer sentido,
do reconhecimento do que quero
e com quem quero ,
refaço o trajeto de seu discurso e explodo de indignação.
Penso na precariedade nossa de cada dia
para poder medir meu estado frente a mim mesmo
e frente ao mundo
desenvolvendo uma escala que vai do infantil, imaturo e maduro
e me meço com minha régua .
Penso e olho de soslaio, como transfiro minha responsabilidade
(sendo irresponsável)
para não fazer escolhas que depreendem
assunção do meu querer e de minha opção
e na perda que isso acarreta !
Nascem sim, prontas,
e borbulham violentamente para fora de mim,
como lavas de um vulcão.
Ao desfrutar-se da lembrança do prazer sentido,
do reconhecimento do que quero
e com quem quero ,
refaço o trajeto de seu discurso e explodo de indignação.
Penso na precariedade nossa de cada dia
para poder medir meu estado frente a mim mesmo
e frente ao mundo
desenvolvendo uma escala que vai do infantil, imaturo e maduro
e me meço com minha régua .
Penso e olho de soslaio, como transfiro minha responsabilidade
(sendo irresponsável)
para não fazer escolhas que depreendem
assunção do meu querer e de minha opção
e na perda que isso acarreta !
PALAVRA
A palavra mal dita não expressou
a verdade que sucumbida pelo desafeto alheio,
transfigurou-se em penitência,
estabelecendo assim o sadomasoquismo
que se interpõe as relações, mas raras.
Ó meu amor!
Lamento não verbalizar á ti essa expressão,
tenho medo de me declarar,
penso que expressar-me assim seja inoportuno,
minhas ou suas ou mesmo nossas
há as barreiras,
Muralhas da China
talvez !
Noite
Em meio á noite
não foram sonhos
que me despertaram
foram sim
tuas palavras
que me fizeram acordar
A sonoridade de tua voz
eclodia
o prazer em estado de vigília
A cor da noite
espessa não revelava mistérios ,
insinuava-se
como o perfume de uma dama da noite
nas altas horas da madrugada
umedecida
pelo orvalho que escorria
da fresta
daquela janela
Jurei beijar
teu idílio
teso , promiscuo,
pagão
sem nome
para ti recitarei
poemas sub-linguais
espargidos
de uma caverna
Ruptura da linguagem sólida
matéria desfeita em sussurros
gemidos e uivos
Melancolia
Melancolia...
Introspecção que sangra
Num desatino no ser
Em meio à overdose
Traga
Traga sua pele
Para mescrever
Não posso metraduzir!
Alguém assim o faça
Sem métrica rima ou prosa
Introspecção que sangra
Num desatino no ser
Em meio à overdose
Traga
Traga sua pele
Para mescrever
Não posso metraduzir!
Alguém assim o faça
Sem métrica rima ou prosa
Alma de minha, Ego do meu Ser
Não posso ser o que não sou
Só aprendi ser mim
Pra isso nem sequer fui á escola
Poderia me tornar outro qualquer
Matéria plástica não falta
Mas embora com desejo fraco
Resolvi juntar meus ossos, tronco e membros
E me tornar um mim:
Tarefa que requer lágrima de dor,
Sei: parece um tanto masoquista
Porem preciso exercitar
A ausência de alienação
Do pavio curto que queima rapidamente
Razão e emoção
Razão e emoção
Provocam a combustão
Então alma e ego divorciam-se
E cada qual do seu lado
Atiça seus domínios
Surgem em cena
A vida da alma
E o ser do ego
Mediadores universais
No confronto do pequeno mundo do mim
Na busca de integrar o que cindi:
Uma natureza perscrutadora.
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