terça-feira, 9 de novembro de 2010

Meu ego

MEU EGO


Seu Agir

E ele tornou-se o bastião que resguardara minha morada
Nada e nem ninguém se aproximaria se ele não o permitisse
Cansado de me ver sofrer,
Sofrimento este causado pelos incautos
Dos que não compreendiam minha natureza frágil
Resguardou minha sensibilidade com tamanha ferocidade,
Encastelando-a, não permitindo a interação com sensibilidades
Outras.
Assim... Fiquei Só

Sua Cor

Era de um negrume acinzentado
Cor de uma floresta desencantada
A cor onde o sonho não convém
Ali a imaginação não penetra
O colorido é de persona non grata
Só expiava na penumbra
Se fazendo noite eterna
Assim... Fiquei Na obscuridade

Seu Corpo

Tinha os sentidos para perceber
Porem sentidos como arcabouços
De aros que se unem: uma corrente!
Arrastava-se como peçonha
Metia medo de pavor
Assim... Não ocupei espaço


Seu Som

Não se fazia ouvir
Não se importava com que lhe diziam
Com maestria deseducou
Martelo, estribo e bigorna
Seu ouvido de mercador
Era ausente para reivindicações
Assim... Não ouvi o que tinham a me dizer

SEU CHEIRO

NAUSEAVA O AMBIENTE
COM ENXOFRE IMPERTIMENTE
SUA PRESENÇA INCOMODAVA
AS INSENSÍVEIS NARINAS
NO CANTO ISOLADO
DOS OUTROS FAZIA GRAÇA
O AR QUE NÃO PENETRAVA...
AS NARINAS CONSTIPADAS
DOS AROMAS NADA SENTIA
ASSIM... NÃO SORVI O PERFUME DA VIDA

SEU DOMÍNIO

DEVASTA TODA PAISAGEM
CRÍTICO CONTUMAZ
NÃO AFAGA
AS FRANJAS QUE FLAMULAM AO VENTO
TEM HORROR AO OUTRO
ESSE OUTRO QUE SE DESVELA PARA DENTRO
ONDE NASCE SENTIMENTO E NECESSIDADE
NUM CANTO AMORDAÇADO
SONHA EM VIVER EM TÉDIO
ESSE É SEU DELÍRIO
É O QUE LHE CAUSA TRISTEZA
SENTIMENTO QUE PARA SÍ É NOBRE
POIS TEME A ALEGRIA
QUE O FARÁ DESCONTROLAR-SE
E ALÇAR AO MUNDO
FEITO CRIANÇA AVENTURADA
NA MAIS IDILICA POESIA
QUE SEM RIMA
BALBUCIA AS PALAVRAS
NA BRINCADEIRA QUE É VIDA